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FEDERAÇÃO DE FUTEBOL-FFP

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sexta-feira, 23 de março de 2012

TRABALHADOR PÚBLICO, PERDAS E GANHOS

PESQUISA DIEESE DIZ: PAÍS PASSOU SEM CRESCER E DESENVOLVER DE 1.980 À 2.000
Esta semana o Dieese divulgou uma pesquisa sobre perdas e ganhos salariais durante o ano de 2011. Resultado: De um total de 702 negociações realizadas no país, 87% das categorias tiveram reajustes acima da inflação, portanto ganhos reais.
Não se pode condenar isso, até mesmo porque durante muito tempo o Estado e empresas privadas brasileiras trataram seus trabalhadores como não merecedores de direitos. 

Com a redemocratização do país e, a consequente ascensão e fortalecimento das categorias sindicais e populares, criou-se um ambiente favorável a liberdade de reunião, manifestação, reivindicações, cobrança de transparência e abertura de canal de negociação entre sociedade civil, Estado e empresas privadas. 
O país de 1980 a 2000 passou sem crescer e desenvolver de forma mais efetiva políticas sociais de transferência de renda, reparação social, recuperação de perdas salariais e ampliação do consumo. 
A partir dos governos Fernando Henrique e, sobretudo, no governo Lula o país voltou a crescer, investir de forma mais contundente no combate a pobreza, promover mobilidade social, recuperar o poder de compra dos salários e estimular o consumo. 
É interessante destacar que nos últimos 15 anos foi inaugurada uma relação mais civilizada do Estado e empresas privadas com os sindicatos, associações de classe e comunitárias. 
Graças as manifestações de pressão durante os governos FHC e Lula e a volta do crescimento econômico do país, o operariado ligado ao setor privado e os servidores públicos avançaram na recuperação de perdas salariais e a instituição de planos de cargos, carreiras e salários.
Nesta semana o jornal Folha de São Paulo fez um levantamento e concluiu que a maioria dos estados brasileiros nos últimos oito anos deu reajustes aos servidores públicos acima da inflação, ou seja, com ganhos reais nos salários.
Acontece que de 2008 para cá,  após a crise financeira internacional, o Brasil deu um freada no ritmo de crescimento econômico, logo tanto governo federal, estaduais e municipais, bem como as empresas privadas vem sendo obrigados a frear reajustes acima da inflação. 
O drama é que muitas categorias do serviço público não consideram essa realidade e não estabelecem limites nas reivindicações. Por sua vez muitos gestores estaduais não se prepararam financeiramente e de forma transparente passaram a dialogar com franquesa com lideranças sindicais e a sociedade. 
Essa realidade é responsável por acentuar conflitos, prejudicar a sociedade civil que precisa dos serviços públicos. Afinal, os estados que cedem a reajustes mal calculados e sem dotação orçamentária ficam sem capacidade de investimentos e arriscam-se desobedecer a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Para os representantes sindicais fica a sensação de que os gestores estão escondendo o ouro e não dão reajustes porque não querem, quando na verdade não têm dinheiro em caixa.
O cenário futuro no Brasil aponta que a educação, saúde e segurança deverão ser prioridades quase absolutas do governo federal, estaduais e municipais. Que a transparencia, o diálogo e gestão eficiente fortalecerão cada vez mais argumentos dos gestores nas negociações que dizem respeito a reajustes salariais. 
É interessante destacar que nesse cenário não cabe só ao executivo a responsabilidade de enfrentar  e superar os conflitos resultantes de negociações salariais e problemas com receitas e despesas. O legislativo, o judiciário e servidores públicos são cada vez mais cobrados a fazerem também cada um a sua parte.  

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