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FEDERAÇÃO DE FUTEBOL-FFP

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sábado, 17 de março de 2012

CASO FERNANDA: PROMOTOR CRITICA TRABALHO DA CIVIL

SINDICATOS - SINPOLPI E DELEGADOS -  REBATEM AÇÃO DE  PROMOTOR

O presidente do Sindicato do Policiais Civis de Carreira do Piauí (Sinpolpi), Cristiano Ribeiro, rebateu críticas do promotor Ubiraci Rocha acusando a instituição de ser “imprestável à sociedade” e de ter trabalhado de forma “amadora” no caso Fernanda Lages.
A jovem foi encontrada morta no dia 25 de agosto de 2011 nas obras da nova sede do Ministério Público Federal em Teresina. Após investigação da Polícia Civil do Estado, o caso passou para a Polícia Federal, que produz novo inquérito.
“As colocações que ele [promotor Ubiraci] fez são de forma genérica, atingido toda a instituição Polícia Civil. Ele está cometendo um ato de injustiça porque ele está maculando o nome de toda uma instituição. Se ele quiser particularizar algum setor da Polícia que ele singularize e não use o todo”, disse Cristiano Ribeiro.
O promotor Ubiraci Rocha, em entrevista ao Jornal do Piauí desta sexta-feira (16) chegou a dizer que se a Polícia Federal não indiciasse alguém pela morte da estudante Direito seria culpa da Polícia Civil já que ela teria cometido “erros primários”. 

Promotor Ubiraci Rocha.

“Quero resaltar que a Polícia do Piauí tem bons serviços prestados à sociedade. As colocações do promotor são muito agressivas. Por enquanto vamos só rebater, não podemos carregar um ônus que não é nosso. Mas estou sendo fulminado pela categoria e com razão”, informou o presidente do Sinpolpi.
O representante da classe afirmou que lamenta o fato da Polícia Civil não ter conseguido indiciar alguém pela morte de Fernanda, mas relembra que o alvo do caso deve ser apontar os culpados, se existirem, pelo crime e não a briga entre entidades.
“O promotor teve uma atitude tresloucada”, criticou Crisitano Ribeiro.
O secretário Estadual de Segurança, Robert Rios Magalhães,foi procurado para que ele pudesse se posicionar sobre a polêmica. O gestor afirmou que não tem nada o que comentar sobre o assunto. 

Presidente do Sinpolpi, Cristiano Ribeiro.

O Sindicato dos Delegados da Polícia Civil de Carreira (Sindepol) também se manifestou sobre o assunto e publicou nota à imprensa. Confira:

Nota do Sindepol
O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil de Carreira-SINDEPOL- em face das declarações do promotor Ubiraci Rocha de que a polícia civil é "amadora e imprestável para a sociedade" vem a público tecer as seguintes considerações.
 
O nefasto episódio da morte violenta de Fernanda Lages, fato que chocou toda a sociedade piauiense, vem sendo tratado pelos representantes do Ministério Público designados para acompanhar as investigações com excessivo emocionalismo, com declarações desarrazoadas de quaisquer racionalidades. Impõe-se um chamamento à razão, aguardando o resultado final da polícia federal e contextualizando provas técnicas e testemunhais específicas com o conjunto do caderno investigatório. 
 
A Polícia Civil, enquanto instituição incumbida das funcões de polícia judiciária, padece de carência e deficiências estruturais que criam embaraços para o êxito do cumprimento de nossas funcões previstas constitucionalmente. Notadamente, pleiteamos a muito tempo a autonomia administrativa e financeira da polícia civil, profissionalização e capacitação dos policiais, investimentos maciços em tecnologia, intercâmbio com outras policiais e criação de delegacias especializadas, inclusive a de homícidios. Todavia, esparramos na notória crise financeira que vive o Estado, incapaz de alocar a seus serviços essenciais à população investimentos que possam traduzir-se em serviço de qualidade e eficaz.
 
As deficiências que acometem a Polícia Civil não é diferente das que emperram o trabalho eficiente do Ministério, também, desprovido de investimentos, carência de pessoal e seus membros -Promotores de Justiças- com armários abarrotados de processos inertes,mofando, chegando o CNMP a constatar que um só Promotor de Justiça tinha mais de 800 processos paralizados em seu gabinete.
 
Por derradeiro, cabe restaurar a verdade e dizer que no caso Fernanda Lages a preservação do local do crime deveria ter sido feita pela Polícia Militar - primeiro representante estatal a chegar ao local do fato - e escoimar daquele local curiosos, jornalistas e até outros policiais que não estivessem em serviço. A perícia científica da polícia civil ao chegar naquele cenário já encontrou alterações que podem ter afetados a eficácia do trabalho pericial.
 
Á sociedade piauiense reiteramos o compromisso de continuar pautando a nossa conduta com seriedade, equilíbrio, razão e superando as nossas carências com destemor e apego destemido ao trabalho investigativo. 
 
Dizem os sábios que o tempo é o senhor da razão.
 
Del. Sebastião Alves de Alencar Neto 
Presidente do SINDEPOL

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