GREVE: TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL APROVAM PROPOSTA

Passeata dos grevistas

O Sindicato dos Trabalhadores e o Sindicato patronal avançaram nas negociações. Confira o que já foi negociado e já aprovado pela Assembléia que  aconteceu na tarde de ontem  na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil

Antes recebiam o pagamento de uma vez só, agora é para ser 40% até o dia 15 de cada mês e o restante no final do mês. Uma outra coisa, antes as empresas eram obrigadas a fornecer café e almoço quando a obra tinha 21 operários e agora quando têm 15. O cardápio deve ser agora variado e ter sobremesa.

Em 90 dias vai ser implantada uma comissão com membros do Sindicato, da classe patronal e do Ministério do Trabalho para ver como vai ser resolvida a questão do plano de saúde. Quando o trabalho for por produção, o operário vai saber quanto vai ganhar de forma antecipada. O pagamento do servente de pedreiro ficará por conta da empresa. As empresas ficam obrigadas também a fornecer protetor solar e o feriado da categoria ficou convencionado para a última segunda-feira do mês de setembro.

Na tarde de ontem, às 17h, houve Assembléia na sede do Sitricon para que a proposta de reajuste de 10% acordada entre os empresários do ramo da Construção Civil e o Sindicato foi apresentada à classe.

De acordo com Antônio Rodrigues, vice-presidente do sindicato algumas vantagens que já eram de direito foram conquistadas como o vale transporte que os trabalhadores da construção civil não recebiam, além das quentinhas nos canteiros de obra.

 Antônio Rodrigues informou que nem todas as solicitações do sindicato foram atendidas pelos empresários, “a questão do vale combustível para quem tem moto não conseguimos, a gente queria que os patrões pagassem a gasolina”, disse. Há cinco dias com os trabalhos paralisados, os trabalhadores da construção civil prometem mais um dia de greve nos canteiros de obras de Teresina. .

A categoria, que no inicio pedia reajuste de 19% resolveu baixar para 14%, que corresponde apenas ao reajuste do salário mínimo. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sitricon) a medida é uma forma de mostrar ao setor patronal que estão abertos a negociação.

O Sitricon diz que o setor patronal acenou apenas com a proposta de reajuste de 10%, negado pelos trabalhadores em assembléia. Até o momento, nenhuma mesa de negociação está agendada com os trabalhadores e patrões. 

- Se as categorias não chegarem a um acordo, na segunda feira o sindicato fará uma manifestação maior que as desta semana que pararam a Frei Serafim; conta Vilamar Pinheiro, assessor de imprensa do Sitricon.

Ao todo são mais de 100 obras paradas em Teresina. Quase 100% da categoria está de braços cruzados sem previsão de retorno. Dentre as obras, grandes empreendimentos como construção de shoppings, condomínios, e até obras públicas.

Episódios de violência durante as manifestações

No inicio das manifestações de greve dos trabalhadores da construção civil, que começaram na segunda-feira, muitos patrões tentaram trancar seus funcionários nos canteiros de obras. A medida era para evitar a adesão ao movimento iniciado pelo sindicato. Após questionar alguns trabalhadores o Sitricon constatou a ação de alguns patrões.

Durante a passeata realizada nesta quinta-feira (19) um homem sacou e apontou uma arma para os manifestantes, na avenida Raul Lopes. O homem foi denunciado e levado pela polícia para prestar esclarecimentos e pode ser condenado por porte ilegal de arma e tentativa de homicídio.